Vrindavana

Lugares Sagrados

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O lugar conhecido aqui na Terra como Vrindavana é uma réplica da suprema Goloka Vrindavana, a morada de Krishna no céu espiritual. Localiza-se mais precisamente na cidade Mathura, o núcleo de Vrajabhumi, situada na parte ocidental do estado Uttar Pradesh, no norte de Índia, em grandes planícies, na margem ocidental do Rio Yamuna

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Mathura fica a 140 Km ao sul de Delhi e a 60 Km a noroeste de Agra. Em Vrindavana, há 12 florestas. O clima de Mathura é tropical, e experimenta chuvas de monção a sudoeste, de julho a setembro. Os verões são extremamente quentes e os invernos são frios e nebulosos.

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Há mais de cinco mil templos em Vrindavana. A maioria deles foi construída depois do ano 1000 d.C., enquanto alguns são de origem bem recente.  Com o passar do tempo, surgiram pequenos templos em grandes complexos.

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A maior parte dos templos em Vrindavana pertence ao estilo de arquitetura do norte da Índia. Alguns possuem um estilo misto do norte e do sul. Outros desenvolveram seu próprio estilo local, independente do padrão nativo básico.

Vrindavana e Mathura são os lugares mais importantes para os devotos de Krishna. Em toda Índia, aqueles 3.800 Km2 de extensão de terra são considerados o lugar mais sagrado para peregrinação, porque Krishna brincou nele.

Krishna nasceu em Mathura e passou a infância em Vrindavana. As encantadoras brincadeiras de infância de Krishna constituem o principal tema dos dramas que lá representam. E muitos devotos permanecem no local em êxtase, a procura de Krishna e seus companheiros de infância.

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Cada pedaço de Mathura e Vrindavana é envolvido em devoção infinita por Krishna, o herói eterno, o amante de Radha e o príncipe vaqueiro. Mathura sem Krishna é como Belém sem Jesus.

Freqüentemente se ouve dizer que é mais fácil contar o número de partículas de poeira na superfície da Terra, do que contar o número de lugares santos em Mathura. E cada um deles tem sua própria história com Krishna. Cada árvore na região parece falar do amor do divino casal Radha e Krishna.

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Poetas, como Prabodhananda Sarasvat e Narottama Thakur, exaltam a beleza transcendental de Vrndavana. Em suas descrições, o chão de Vrindavana é enfeitado com maravilhosas jóias de coloridas pedras preciosas. As árvores e as videiras são cheias de frutas e flores espirituais. Felizes, os pássaros fazem um grande tumulto, recitando os hinos do Sama Veda. E lagos e rios são cheios de néctar transcendental.

Segundo o Purana Srimad-Bhagavatam, há cinco mil anos, Krishna desceu à Terra para executar atividades transcendentais. E trouxe Sua própria morada eterna, conhecida como Goloka Vrindavana.

Junto, vieram também Seus companheiros mais íntimos, amigos, criados e vários objetos transcendentais. Assim como um rei que, quando vai passar uns dias na área rural, leva consigo familiares, companheiros, amigos pessoais, ministros e secretários, como parte de sua corte.

Vrindavana não é diferente da residência eterna de Krishna no mundo espiritual. Na verdade, é uma réplica exata. Através da visão material mundana, Vrindavana pode se parecer com qualquer outro lugar na Terra. Mas não aos olhos puros dos devotos e yogis perfeitos. Para eles, ela é um lugar sagrado, completamente espiritual e saturado com sua própria atmosfera transcendental. Quem visita o local se torna purificado.

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Compreende-se que Mathura não é uma região material ordinária, pois Vrindavana está dentro de sua jurisdição. E porque Mathura e Vrindavana estão eterna e intimamente conectadas com Krishna, diz-se que Krishna nunca deixa Vrindavana. Assim afirmam Sanatana Gosvami, no Vaishnava-toshani; Rupa Gosvami, no Laghu-bhagavatamrita; e Jiva Gosvami, no Krishna Sandarbha e no Gopala Champu.

 

A presença de várias personalidades importantes marcou o fim da era medieval e início do período moderno, do século XVI e XVIII, na região. Entre elas, Madhavendra Puri, que começou o trabalho de restauração de Vrindavana, depois de extensiva peregrinação pela Índia. Enquanto vagava de bosque em bosque, ele meditava nas doces atividades de Krishna e sua consorte Radha em Vrindavana e desfalecia em êxtase.

Em conversa com seu discípulo Ramananda Raya, Chaitanya Mahaprabhu – considerado por seus seguidores uma encarnação de Krishna que surgiu na Bengala, Índia – perguntou onde se poderia viver, sem sentir a falta de qualquer outro lugar. E Ramananda respondeu que esse lugar só poderia ser Vrindavana, onde Krishna realizou atividades transcendentais.

Chaitanya Mahaprabhu pediu, então, que seis de seus seguidores, conhecidos como Goswamis de Vrindavana, fossem a Mathura para reencontrar o lugar onde se pudesse viver apenas pensando em Krishna. Eram eles Lokanatha Goswami; Jiva Goswami; Rupa Goswami; Sanatana Goswami; Gopala Batha Goswami; e Ragunatha Dasa Goswami.

Nessa época, escondida e protegida pela natureza, Vrindavana não podia ser vista por olhos comuns. O primeiro dos seis Goswamis a chegar ao local foi Lokanatha Gosvami.

Por várias vezes, Chaitanya Mahaprabhu esteve em Vrindavana e lá revelou muitos lugares santos. Em 1516, enviou para Mathura dois de seus mais queridos seguidores – Rupa Goswami e Sanatana Gosvami.

Eles foram para lá não somente com a finalidade de proceder imediata construção de templos e escavar os lugares das atividades de Krishna em Vrindavana. Mas, também, escrever livros sobre a ciência de Bhakti-yoga e estabelecer os ensinamentos de Chaitanya, para benefício de todas as gerações futuras. Mais tarde, a eles se juntaram os outros Goswamis.

Embora Rupa e Sanatana fossem ministros muito importantes no governo da Bengala, pela inspiração divina de Chaitanya Mahaprabhu, eles renunciaram completamente a vida familiar para se tornarem missionários religiosos. Quando chegaram a Mathura, Vrindavana havia se tornado uma grande floresta. À noite, eles dormiam debaixo das árvores.

Vestiam-se apenas com simples kaupins (tanga). Sobreviviam de raízes da floresta e chapatis (pães sem fermento) secos que ganhavam de esmola. E não dormiam mais que duas horas por dia.

Os seis Goswamis passavam a maioria de seu tempo em meditação e escrevendo livros sobre Bhakti-yoga. Alguns dos seus trabalhos originais, escritos em folhas de pergaminho, foram preservados e podem ser vistos no Instituto de Pesquisas de Vrindavana.

A fama dos seis Gosvamis se espalhou por tão longe, que o imperador Akbar decidiu fazer uma visita a Vrindavana em 1570. Jiva Gosvami o conduziu vendado até o lago sagrado Nidhuvana. Foi uma experiência espiritual muito intensa para o imperador. Para celebrar o evento, ele permitiu que se construíssem quatro templos principais dedicados a Krishna. São eles: Govindaji, Gopinatha, Madana-Mohana e Jugala-Kishore.

O Imperador também doou fundos para que se fizesse uma biblioteca no templo de Radha-Damodara, a fim de preservar os livros dos Gosvamis. Para as construções, Akbar proveu arenito de primeira classe, normalmente reservado para os palácios e fortes do imperador, de tanto que ele apreciou os seis Gosvamis.

Com o tempo, outros devotos lá chegaram. Porém, mais tarde, Vrindavana foi invadida por muçulmanos, especialmente Aurangzeb, em 1670. Destruíram muitos templos e Deidades. Outros foram movidos para lugares mais seguros, como Nathdwar, Jaipur e Karoli, no vizinho estado Rajastão.

Mesmo assim, ainda hoje Vrindavana é muito visitada pelos peregrinos religiosos. Eles buscam por espiritualidade e desejam experimentar o humor sagrado das atividades transcendentais realizadas por Krishna e sua corte.

Saiba mais: www.vrindavan-dham.org