Sob a coordenação da professora Maria Inês Bruno Tavares, do Instituto de Macromoléculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma equipe de pesquisadores brasileiros desenvolveu bioplásticos que se degradam rapidamente em ambientes de compostagem ou mesmo na natureza.
O material apresenta uma inovação ao incorporar pequenas partículas encapsuladas de substâncias bioativas extraídas de alimentos funcionais, como cenoura, linhaça e chia. Diferentemente dos plásticos sintéticos, esses bioplásticos não deixam resíduos poluentes, evitando danos à vida marinha e à saúde humana.
Constituído por polímeros, que são grandes moléculas, o plástico tradicional demora muito para se decompor no meio ambiente, quase 400 anos.Inês Tavares explica que, nesse processo, as moléculas se fragmentam em partículas menores, conhecidas como microplásticos.
Esses microplásticos estão presentes no ar, na água e acabam sendo absorvidos por plantas, além de serem ingeridos por animais e seres humanos, com potenciais riscos à saúde, como alergias e outros danos. A poluição plástica é reconhecida pela ONU como um dos grandes desafios ambientais do século.
O estudo visa aumentar o uso de plásticos biodegradáveis como alternativa aos polímeros sintéticos, reduzindo seu impacto no planeta. Embora o bioplástico não seja reciclável, sob condições ideais de compostagem ele pode perder até 90% de sua massa em 180 dias, oferecendo uma solução ambientalmente mais sustentável.
Financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, a pesquisa está em fase de patenteamento. A equipe também procura empresas interessadas em produzir esses bioplásticos em escala.
Fonte: @planetapospandemia