Escrituras védicas dão conta de que o primeiro ser criado no universo material também é o próprio criador do universo material. E não é fruto da união de um pai e de uma mãe. Ele nasce de um lótus que surge do umbigo de Vishnu.
Segundo o Purana Srimad-Bhagavatam, o aspecto criador da Suprema Personalidade de Deus, na forma de Vishnu, gera o impulso para a criação material com Seu olhar místico. Depois, deita-Se no Oceano de Garbhodaka, para criar a matéria.
Do umbigo de Vishnu, então, cresce o lótus que gera Brahma. O primeiro ser criado fica perplexo e curioso sobre a origem da vida e do Universo. Assim, é natural que se pergunte: Quem sou eu? De onde vim? O que estou fazendo aqui?
Durante mil anos, Brahma busca por respostas para suas perguntas. Tudo que deseja é descobrir sua origem e seu destino – ou seja, Deus. Ele desce pelo caule do lótus, mas encontra apenas solidão e sente medo da morte.
Por fim, desiste e põe-se a meditar. Com a mente concentrada, Brahma consegue ver Deus na base do lótus. Logo compreende que precisa se recolher para um profundo aprendizado.
Desta forma, Brahma se ilumina e percebe a fonte e o propósito de tudo. E, depois de se purificar por completo, ele desenvolve o desejo ardente de criar o cosmos. De posse dos elementos – terra, fogo, água, ar e éter – disponibilizados pela Suprema Personalidade de Deus, Brahma cria o universo material.
Como revelam as escrituras védicas, ao final do dia de Brahma – em torno de quatro milhões de anos – ocorre a devastação do Universo, em Kali-Yuga, ou Era de Ferro. Tudo volta para Deus, até o momento da próxima criação. E, quando tudo recomeça, a alma mais piedosa que se desenvolveu na última criação será, então, o Brahma da vez.
Segundo a mitologia védica, Brahma tem quatro cabeças. Sua consorte é a deusa da sabedoria, Saraswat. E seu transportador é o cisne Hamsa.
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Texto editado e extraído da Revista Volta ao Supremo, publicada em 1995, pela Fundação Bhaktivedanta, São Paulo.