por Lokasaksi Dasa
“Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.” – Clarice Lispector – Jornal do Brasil (27 de maio de 1968).
Impressionante como essa reflexão de Clarice Lispector nos indica como que o sentimento de “vipralambha” (“saudade” ou “amor em separação”, que incrementa o “amor em presença” ), em nossa carência do “Amor Maior”, conduz às paixões abrasadoras, com objetos idealizados além da realidade possível.
Apesar da expectativa dessa paixões nunca se concretizar plenamente nesse mundo material – em nossos “amores menores” -, a busca do “Amor Pleno” aponta e nos impulsiona inconscientemente para a comunhão com a Suprema Personalidade da Divindade, Sri Krsna, que é o Objeto Supremo do Amor da alma.
Assim, podemos constatar que os amantes desse mundo material são místicos que se desconhecem, e que “apaixonar-se é criar uma religião que tem um deus falível” (Jorge Luis Borges, poeta argentino).
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